Sobre o GT trabalhista

3.31.2006

O GLOBO -
SEGUNDO CADERNO

Rio, 29 de março de 2006
Versão impressa

Eduardo Fradkin
LUTA DE CLASSE REÚNE A NATA DA MÚSICA POPULAR NA LAPA
Zélia Duncan e Macalé deram uma palhinha no show do Barão Vermelho, no mesmo palco por onde haviam passado Lenine, Jorge Aragão, Alcione e dezenas de outros. E onde, até 0h30m de ontem, tocaram também Ivo Meirelles e Funkn Lata, Beth Carvalho e Toni Garrido. Todos sem ganhar cachê, num show gratuito na Lapa, graças à Ordem dos Músicos do Brasil. Foi um show de desagravo a essa instituição, visto por mais de mil pessoas.Alguns artistas fizeram discursos no palco pedindo mudanças na OMB, que tem a mesma direção nacional há quatro décadas, desde a ditadura. Os mais contundentes, entretanto, foram de convidados ausentes. Seus depoimentos foram exibidos num telão.Foram três: Chico Buarque disse que nos últimos 40 anos a entidade nunca esteve presente, a não ser para cassar a carteira de um músico recentemente; Beth Carvalho contou já ter sido intimidada pelo presidente federal da ordem; Gilberto Gil foi mais diplomático e afirmou que gostaria de ver essa discussão na Câmara Setorial de Música, entidade em criação, ligada ao governo federal. Parte do público vaiou o ministro ao vê-lo no telão.Nos bastidores, Frejat cobrou: Muita coisa já foi discutida e acordada na Câmara Setorial. Falta o governo implementar.Na platéia, os deputados federais Jandira Feghali (PCdoB) e Fernando Gabeira (PV-RJ) e o estadual Carlos Minc (PT) deram apoio à causa dos músicos.